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METADE NEOZELANDESA METADE AUSTRALIANA

A história de uma mulher com dupla cidadania

 
Foto de dois ambientes diferentes retratando a dupla cidadania de Oriana. Foto: Ane Rebelato

A proximidade entre Nova Zelândia e Austrália faz com que muitas pessoas acreditem que os estilos de vida sejam os mesmos. Porém, Oriana Pauli surge para quebrar com essa afirmação. Há 23 anos, sua família de neozelandeses viu na Austrália a oportunidade de conquistar novos caminhos e dar uma vida melhor para seus filhos. Hoje, com 27 anos, Oriana vive na Austrália, especificamente em Noosa, Sunshine Coast.


A história entre Austrália e Nova Zelândia realmente é de vizinhança e, por isso, muitos neozelandeses decidem mudar para a Austrália. A principal razão? Qualidade de vida e inúmeras oportunidades de trabalho. Além de conquistar uma vida melhor, os salários também são interessantes. “Aqui você consegue ter uma boa casa, carro e outras vantagens que na Nova Zelândia não são tão fáceis de conquistar. Lá tudo é muito caro. Você trabalha mais e recebe menos, enquanto na Austrália você recebe mais e trabalha menos”.


Engana-se quem pensa que os dois países são tão iguais assim. Quando Oriana mudou para a Austrália conheceu uma cultura completamente diferente. Ainda era criança mas o processo de mudança de colégio, novos amigos foi uma parte complicada em sua trajetória. Sua visão sobre o país de onde veio também mudou. “Eu não quero mais morar na Nova Zelândia. Aqui é uma casa para mim. Quando entendi as razões que me trouxeram a esse país, sei que é o melhor lugar para eu viver”.


Durante toda entrevista, Oriana busca retratar a realidade dos seus pais e seus 4 irmãos (3 mulheres e 1 homem) sendo fiel aos fatos, mas nunca esquecendo de citar o povo neozelandês. Apesar da Austrália ser seu novo lar, não deixa sua origem de lado e reconhece a importância do país em sua história.


Oriana Pauli em entrevista na sala de aula onde recebe imigrantes de diferentes lugares do mundo. Foto: Ane Rebelato

O processo da mudança foi consideravelmente simples por serem de um país próximo. Para os moradores da Nova Zelândia, não é necessário pedido de visto para visitar o país, ou seja, turistas possuem livre acesso na Austrália. Porém, como a família de Oriana estava em busca de residir no novo país, a burocracia foi maior. Para conseguir acomodação e emprego a família contou com ajuda dos amigos que tinham na Austrália que os auxiliaram no processo. A receptividade contribuiu para que conseguissem viver longe de casa. Hoje em dia Oriana possui cidadania australiana.


Oriana conta que a relação entre os australianos e os neozelandeses é rodeada de competições, especialmente relacionadas aos esportes. Ao longo do relato, relembra que as disputas podem ser comparadas aos brasileiros e argentinos. Mas, apesar disso, são bons amigos. A professora traz à tona um fato curioso da família: sua avó recusou ser cidadã australiana e preferiu permanecer apenas com o título neozelandês, comprovando assim que a “rixa” entre eles realmente existe. Mas isso não é encontrado no olhar de Oriana, que considera a Austrália seu novo lar.


A profissão de Oriana surgiu como uma oportunidade de repassar seus conhecimentos para outras pessoas. Trabalha como professora de inglês para pessoas que buscam aprender uma segunda língua, ou seja, os turistas e imigrantes que vão para o país. Coincidência ou não, convive diariamente com pessoas de todos os países do mundo que escolheram a Austrália para ser seu novo lar assim como sua família tempos atrás.

Quando questionada acerca da sua visão sobre os imigrantes que chegam até o país, ela não mede esforços para elogiar e reforçar a importância desse grupo nas cidades.


“Eu acredito que todos os imigrantes trabalham duro. Depois que as pessoas mudam de país não é apenas ““uau que legal””. Independente das razões que o levaram a isso, decidiram que aqui seria melhor para elas. Então precisam se acostumar com as diferenças, trabalhar para conquistar as coisas. A Austrália é um país de imigrantes. Vejo isso como um ponto excelente para Noosa por ser uma cidade turística e também para todo país. É uma forma de enriquecer a cultura. Há mercado de trabalho para todos aqui”, reforça.

 

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